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Talvez você ainda não tenha ouvido a estória sobre uma geladeira inteligente onde há sensores que identificam a presença ou não de certos alimentos. Assim que algum deles atinge um estoque mínimo, imediatamente um pedido de compras é enviado automaticamente para o supermercado da sua preferência, de maneira que eles agendam a entrega daquele item ou talvez de alguns outros com a maior rapidez.

 

É possível que este seja um dos exemplos mais clássicos de uma realidade que só tende a se tornar ainda mais presente em nossas vidas: a internet das coisas (ou internet of things – IoT – em inglês).

 

A primeira revolução industrial foi a baseada no vapor; a segunda foi introduzida com a produção em massa; a terceira veio com o computador; a quarta é a conexão dos computadores, os quais passam a “falar” entre si, sem intervenção humana, mediante algoritmos inseridos pelo homem ou simplesmente com capacidade cognitiva, como é o caso do Watson, ícone da computação cognitiva da IBM, em alusão ao nome do seu fundador (Thomas Watson).

 

O Watson tem sido “ensinado” sobre alguns tipos de câncer e, assim, ajudado a comunidade médica a entender as correlações entre diversas variáveis e pesquisas existentes sobre o tema. Os pesquisadores da IBM têm colocado uma infinidade de teses, dissertações, papers e outros materiais sobre câncer no Watson e, este, com toda a sua capacidade cognitiva, tem gerado insights e conclusões a respeito da doença que têm surpreendido profissionais e empresas da área. Grandes laboratórios farmacêuticos têm assinado parcerias com a IBM para fazer uso do conhecimento obtido pelo Watson a fim de criar novos medicamentos.

 

Parece que o tempo necessário para um médico ler toda a literatura nova sobre a sua área de especialidade é, em média, 20 horas por dia, 365 dias por ano. O Watson aprende todo este conteúdo em uma fração desse tempo.

 

E o que isso tem a ver com gestão de pessoas?

 

Na realidade, os exemplos acima, praticamente nada! Eles são apenas indicativos de uma nova realidade que se descortina e que começa a ser empregada para gerir pessoas nas empresas.

 

Durante uma reunião com grande empresa de IoT, ouvi falar que ela já utiliza uma plataforma de Analytics para identificar quais vendedores têm perfil mais adequado para atender determinado cliente. A ferramenta vasculha a web procurando por informações seja sobre o vendedor, seja sobre o cliente, para fazer o match mais preciso.

 

Notem que passar disso para a contratação de pessoas é um pequeno pulo. Todos sabemos que o processo de recrutamento e seleção hoje em dia utiliza pesquisas nas redes sociais para entender sobre comportamento do candidato. Mas observe que a utilização de uma ferramenta analítica com cognição muito superior é uma mudança brutal.

 

Talvez isso seja o que falta para uma reestruturação da forma com que as empresas contratam. Possivelmente seja algo que vai trazer uma inovação profunda nas empresas de recrutamento, seleção e outplacement.

 

Da mesma maneira, acredito que o potencial de mudança seja também substancial dentro das empresas com relação à forma como as equipes trabalham. O nível de informações sobre as pessoas só tende a aumentar e softwares analíticos estarão à disposição para fazer correlações antes impensáveis.

 

Logicamente, em paralelo a isso, vem toda a questão de privacidade e que encontra inclusive amparo legal. Certamente que todas essas questões deverão ser discutidas e, talvez, aperfeiçoadas, a fim de fazer face a uma nova realidade.

 

A verdade é que o volume de informações hoje gerado é insano e impossível ao ser humano de ser interpretado. A internet das coisas vem, entre outros, para digerir todo esse mar de dados e extrair dele insights e inteligência que nos permitam entender melhor o mundo ao nosso redor.

 

Podemos pensar que isso tudo é ficção científica ou que nunca vai de fato decolar. Mas não podemos fechar os olhos e fingir que isso não está acontecendo. Grandes empresas estão mudando totalmente o seu modelo de negócios para se adequar à essa tendência. Basta ver aquelas companhias que têm deixado de vender licenças de software para vender software as a service (Saas), isto é, instalam o software numa nuvem e cobram o seu cliente de acordo com o volume de dados ou mediante um plano mensal.

 

O fato é que há aqueles que resistem à mudança; outros simplesmente postergam o quanto podem; e alguns que aceitam e abraçam o novo. De que lado nós estaremos?

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