É verdade que o Brasil atravessa uma crise sem precedentes em sua história e isso tem feito com que o número de desempregados atinja um infeliz recorde. E ainda vejo muitas pessoas que, sem saber como funciona o algoritmo do LinkedIn, acabam por usar expressões como “desempregado”, “em busca de desafios”, “buscando nova oportunidade”, entre outros exemplos. Daí a ideia de escrever este post.
Seu título profissional no LinkedIn é uma das primeiras coisas que os recrutadores e empresas contratantes verão ao visualizar o seu perfil. Na realidade, não raras vezes, será a única seção que lerão.
Os especialistas em recrutamento e seleção divergem muito pouco sobre quanto tempo levam para passar o olho num currículo ou perfil do LinkedIn. Uns falam em 3 segundos. Outros em algo como 6 segundos. Como você pode ver, independente de qual seja a resposta correta, o tempo que o seu perfil terá para atrair a atenção do recrutador é extremamente curto.
É como um outdoor na rua: a empresa que publicou teve de pensar muito bem na mensagem que queria passar, pois sabe que as pessoas não têm muito tempo. Vivemos numa sociedade que compete pela atenção.
Assim, não desperdice o seu “outdoor” no LinkedIn utilizando expressões que coloquem o seu “capital profissional” em xeque. Primeiro que você não é desempregado. Você pode estar desempregado. Estar desempregado é um estado, uma fase, um período. Certamente que este estado não reflete a sua carreira e nem as suas realizações profissionais.
Por isso, não caia na armadilha de colocar o estado em que se encontra temporariamente. Capitalize na sua carreira, sua experiência profissional anterior. Se você era gerente de vendas, coloque “gerente de vendas” ou qualquer que seja o cargo pretendido. Se você ocupava um cargo de analista financeiro, mencione “analista financeiro” ou o que quer que você deseja ocupar.
Pense com a mente do recrutador. Quando ele for fazer uma pesquisa no LinkedIn, quais os possíveis filtros que ele vai usar? Localização? Setor da empresa? Título da experiência profissional? Certamente, ele vai usar estes e alguns outros. É por esta razão que não faz sentido para você colocar no seu perfil que está “desempregado” ou expressões equivalentes, pois o recrutador vai fazer o filtro na pesquisa e o seu perfil não vai ser nem mostrado.
Em vez disso, é importante destacar suas realizações anteriores e valor futuro para ganhar a atenção dos recrutadores. Crie um cargo que corresponda ao seu objetivo de trabalho. Preencha adequadamente as suas experiências profissionais anteriores, utilizando todos os limites de caracteres disponíveis em cada seção, fazendo uso das suas palavras-chave, entre outras coisas.
Por outro lado, da mesma maneira que não é interessante mencionar o seu estado de desemprego, tampouco é bom você ir para o outro extremo e colocar nomes de cargos criativos e fora do comum. Justamente porque o algoritmo do LinkedIn tem forte fundamentação no uso de palavras-chave, você deve se concentrar no seu objetivo de carreira.
Como alternativa, há pessoas que preferem mencionar algum projeto paralelo, como consultoria, blog que elas administram, atividade ligada a alguma ONG etc. Acho que é válido e muito bom, mas ainda acho que, se você pretende retornar ao mercado, vale muito a pena capitalizar e enfatizar a posição que você quer ocupar na próxima empresa. Isso é uma questão de saber utilizar a ferramenta do LinkedIn e de como o recrutador a emprega.
Se você for um estudante buscando um estágio, talvez faça sentido para você colocar algo como “estágio em vendas” ou qualquer outra área pela qual se interesse. Fora isso, é importante mencionar diplomas de proficiência em língua estrangeira, cursos de atualização que tenha feito, projeto de iniciação científica ou outro qualquer (caso tenha feito), trabalho na empresa júnior, fora tantas outras possibilidades.
Já se você for um estudante recém formado e que está buscando o primeiro emprego, pode fazer sentido para você colocar o cargo que quer ocupar ou simplesmente dizer a área em que deseja trabalhar (finanças, produção etc). Da mesma maneira que naquilo que já foi dito, é fundamental usar todo o espaço disponível no perfil para alavancar o seu “capital profissional”.
Lembre-se também que o mundo mudou e a forma de ser contratado também. Liste as empresas onde gostaria de trabalhar e aproveite a ferramenta do LinkedIn para fazer contato diretamente com elas, via RH ou via o gestor da área em que busca trabalhar.
Espero que tenha gostado deste artigo e, caso se interesse em receber consultoria para otimizar o seu perfil no LinkedIn, basta me enviar um email: artur@icarreira.com.br