X

As 4 personalidades mais difíceis para se lidar no trabalho

transtorno de personalidade e coaching

 

Este artigo é uma tradução do texto originalmente publicado no site da revista americana Inc. com o seguinte título: The Four Most Difficult Personalities and How to Handle Them (https://www.inc.com/julia-samton/the-four-most-difficult-personalities-and-how-to-handle-them.html).

 

Como uma psiquiatra e psicoterapeuta, muitos clientes buscam a minha ajuda para resolver relacionamentos difíceis. Embora o ditado antigo dizendo que “é necessário duas pessoas para dançar um tango” seja quase sempre verdade, geralmente eu estou convencida de que o meu cliente não é aquele com o problema permanente. Pelo contrário, ele ou ela está tendo um momento complicado tendo de lidar com uma personalidade difícil. Seja essa personalidade um cônjuge, amigo, colega de trabalho ou chefe, é claro que há algumas pessoas que são bem duras de se conviver. Normalmente esses indivíduos têm o que é clinicamente chamado de transtorno de personalidade. Transtornos de personalidade são marcados por um padrão duradouro de crenças e comportamentos que são inflexíveis, não adaptativos e causam estresse para as pessoas afetadas e aqueles ao redor dele ou dela.

 

Nós todos temos as nossas próprias maneiras de lidar com conflitos em nossos relacionamentos. Contudo, em um ambiente de trabalho, esses métodos costumam falhar. Não podemos simplesmente evitar um chefe hostil. Seria inadequado motivar um funcionário improdutivo com um sorvete. Quando confrontado com esquisitices de personalidade no escritório, nós precisamos manter a compostura e agir de acordo com as melhores práticas. Em um cotidiano difícil, é muito útil primeiro definir com que tipo de indivíduo você está lidando e, então, desenvolver a sua resposta para impor um limite. Abaixo, estão algumas das formas de transtorno de personalidade e sugestões de como lidar com cada uma delas.

 

Transtorno de personalidade narcisista

 

O termo “narcisista” é de vez em quando usado em uma conversa casual. A maior parte de nós pode ter alguns traços narcisistas, mas um indivíduo com esse tipo de transtorno de personalidade busca continuamente a fama, fortuna e poder. Eles vêm a si mesmos como especiais e acreditam que merecem se socializar com outras pessoas especiais. Eles necessitam de admiração excessiva e vão explorar os outros para atingir as suas próprias metas. Quando confrontado com um narcisista, é importante reconhecer que, embora ele ou ela pareça arrogante e insensível a críticas, no fundo, no fundo, há uma pessoa bastante frágil, com medo do fracasso, ansiosa e com receio de se tornar uma vergonha para todos. Portanto, é interessante reconhecer constantemente quaisquer contribuições positivas dessa pessoa. Seja ela um chefe ou colega de trabalho, elogie publicamente e pessoalmente essas pessoas sempre que possível. Quando der feedback negativo, prefira embalar a crítica em uma espécie de feedback sanduíche. Em outras palavras, tente identificar e dizer algo positivo que a pessoa tenha realizado antes e depois que você comentou que necessita de melhoria.

 

Transtorno de personalidade dependente

 

Aquelas pessoas sofrendo desse tipo de transtorno tendem a ser extremamente grudentos, precisam que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas da sua vida, e morrem de medo de ficar sozinhas. Elas têm calafrios em tomar decisões, são relutantes em discordar com os outros, e se envolvem em atividades para receber aprovação e apoio, mesmo quando essas atividades não são prazerosas. Aquelas pessoas com personalidade dependente são raramente achadas em cargos de liderança, mas são muito encontradas em posições mais junior, apesar de terem certas características e pontos fortes. Se você está gerenciando alguém com transtorno de personalidade dependente, o seu trabalho é fazer com que ele ou ela se sinta empoderado. Comece por introduzir responsabilidades que estejam um pouco além da zona de conforto da pessoa. Reconheça o seu sucesso, ou gentilmente dê um feedback construtivo em particular. Uma vez que o funcionário tenha tido alguns sucessos, coloque barreiras claras. Articule expectativas claramente e demonstre confiança neles quando qualquer situação diferente acontecer. Mantenha uma reunião semanal ou uma conversa por email onde eles possam consultar ou resolver problemas com você, mas encoraje e motive a independência deles.

 

Transtorno de personalidade histriônico

 

Esses são indivíduos que necessitam ser o centro da atenção, são atraentes e sedutores, e usam a sua aparência física para ganhar popularidade. Ele ou ela é altamente sugestionável, e frequentemente confundem as fronteiras entre os relacionamentos pessoais e profissionais. A regra mais importante em lidar com um funcionário histriônico é firmemente colocar barreiras. Informe claramente que certos comportamentos e vestimentas não são apropriados para o ambiente de trabalho e profissionalismo é requerido de qualquer membro da sua empresa a fim de terem sucesso. Não responda a cantadas, não importe o quão atraente ou sedutora a pessoa seja. Seja muito específico e não deixe que as emoções aflorem nas suas solicitações e feedback. Calmamente, porém firmemente, resista a qualquer gesto que tente estender o relacionamento além do ambiente de trabalho.

 

Transtorno de personalidade obsessivo compulsivo

 

Essa é uma síndrome bastante diferente do transtorno obsessivo compulsivo, no qual os indivíduos se envolvem em pensamentos repetitivos e comportamentos para eliminar uma condição ansiosa subjacente. Aqueles com transtorno de personalidade obsessivo compulsivo são exageradamente preocupados com regras, ordem, limpeza e pela necessidade de perfeição. Eles são controladores, intolerantes e inflexíveis. A sua rigidez intensa acarreta preocupação com listas, detalhes e regras, fazendo com eles se tornem ineficientes e indecisos. Alerte esses indivíduos de que eles não precisam ser perfeitos para terem sucesso. Reitere que “a perfeição é geralmente o inimigo do bom” e que é mais realista aprender da experiência do que antever uma solução ideal. Já que essas pessoas são normalmente super comprometidas no trabalho (às custas de atividades de lazer e dos seus próprios relacionamentos), motive-as a tirar férias e tempo livre para evitar burnout e preservar as suas habilidades.

 

Ainda bem que a maioria das pessoas com que trabalhamos não possuem transtornos de personalidades completos, embora inevitavelmente haja algumas. Ao aplicar as suas estratégias para lidar com elas em um nível particular, você vai estar em uma posição muito melhor para gerenciar, seja pessoas em níveis acima de você, seja pessoas em níveis hierárquicos abaixo de você, e ter sucesso apesar dos padrões difíceis de relacionamento com algumas pessoas.

Artur: Eu sou engenheiro formado na UNICAMP com MBA em Marketing e trabalho atualmente como Gerente de Mercado em uma empresa química alemã chamada Klüber Lubrication, pertencente ao Grupo Freudenberg. Sou Master Coach pelo Behavioural Coaching Institute (BCI) e Practitioner em Programação Neurolinguística (PNL) pela Sociedade Brasileira de PNL (SBPNL).