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Ambientes de trabalho tóxicos são a 5ª causa de mortes, de acordo com nova pesquisa de Stanford

morte e coaching

 

Este artigo é uma tradução do post originalmente publicado no site da Inc. com o seguinte título: Toxic Workplaces Are the 5th Leading Cause of Death According to New Stanford Research (https://www.inc.com/scott-mautz/new-stanford-research-says-5th-leading-cause-of-death-is-workplace.html).

 

Intuitivamente, nós sabemos que o impacto de um ambiente tóxico não é nada saudável, mesmo que os comportamentos que disparam essa toxicidade não sejam tão óbvios. Nós podemos imaginar que, quando temos um chefe que abrilhanta uma reunião por estar ausente, isso provavelmente não é uma coisa muito boa.

 

Mas ninguém poderia ter previsto as descobertas de Jeffrey Pfeffer, professor de Stanford, que foram compartilhadas no livro recém lançado, Dying for a Paycheck (em uma tradução literal, seria algo como “morrendo por um salário”). O professor de comportamento organizacional afirma que o ambiente de trabalho é a 5ª causa de mortes nos EUA, mais alto do que Alzheimer ou problemas nos rins.

 

A pesquisa de Pfeffer mostra que a má gestão da força de trabalho causa mais de 120.000 mortes por ano e representa de cinco a oito por cento nos custos de saúde todos os anos. Ele cita as condições, tais como horas de trabalho em excesso, conflito trabalho-família, falta de seguro saúde e ausência de controle e autonomia.

 

Aqui estão as coisas mais importantes mostradas na pesquisa de Pfeffer e porque eu penso que ele está absolutamente certo:

 

1. Este é um momento divisor de águas para a saúde no trabalho.

 

O impacto de ambientes de trabalho tóxicos atingiu níveis de crise. Mais de um milhão de pessoas por ano estão morrendo na China devido ao excesso de trabalho. Entre janeiro de 2008 até a primavera de 2010, 46 funcionários da France Telecom cometeram suicídio como resultado de “corte de despesas e reorganizações”. Dois milhões de incidentes violentos no ambiente de trabalho são reportados todos os anos.

 

No meio de toda essa crise, Pfeffer aponta a necessidade de medir e regular a saúde do trabalho como nós temos feito com a OSHA e a segurança no trabalho (e visto, correspondentemente, melhorias substanciais em segurança). Isso significa medir as horas trabalhadas, níveis de conflito trabalho-família, se a pessoa tem ou não seguro saúde, e até mesmo se autonomia está sendo oferecida ou não.

 

Como Pfeffer contou ao Chicago Tribune:

 

“Nós temos dito às empresas que elas não podem repassar os danos ambientais à sociedade. Nós não temos feito a mesma coisa com relação à saúde. Eu diria que é, na verdade, mais difícil medir as emissões de carbono do que medir as condições de saúde no trabalho. Se nós quiséssemos regular isso, nós teríamos todas as condições de fazê-lo”.

 

Você consegue mudar aquilo que você mede. É fundamental que os líderes elevem a seriedade da saúde no trabalho em suas empresas a tal nível que isso se torne uma verdadeira prioridade. E isso nos leva ao próximo ponto.

 

2. Prevenir os problemas de saúde no trabalho versus tratá-los depois do fato

 

Pfeffer argumenta corretamente que a questão está nos líderes focarem em parar práticas de gestão corrosivas ao invés de implementar programas de bem-estar depois do fato já ocorrido. Colaboradores se lançam em comportamentos corrosivos tais como alimentação exagerada, ingestão excessiva de álcool, não dormir ou se exercitar o suficiente, ou se tornar extremamente estressado em função do ambiente de trabalho. E então, o que nós podemos fazer?

 

Nós criamos um programa de bem-estar depois do fato.

 

Ao invés disso, nós deveríamos atacar preventivamente as condições de trabalho de tal forma que os comportamentos nocivos nunca sejam disparados. Isso requer comprometimento e priorizar o assunto de saúde no trabalho na agenda da empresa. O que nos leva ao próximo ponto.

 

3. Gestores/líderes individuais precisam se responsabilizar pelo ambiente que criam

 

Até o momento, eu coloquei boa parte da culpa na empresa. Mas, na verdade, boa parte da intervenção no estado da saúde corporativa diz respeito aos gestores. Como uma citação do livro de Pfeffer afirma: “De acordo com a Clínica Mayo, a pessoa para a qual você reporta no trabalho é mais importante para a sua saúde do que o seu médico de família”.

 

Isso é tanto uma chamada de atenção quando uma chamada à ação para qualquer um que gerencie um outro ser humano. Você contribui mais para a saúde e bem-estar dos colaboradores do que você sequer imagina.

 

Comece por se conscientizar das horas que os seus colaboradores estão trabalhando e se pergunte estas três questões:

 

  1. Isso é sustentável?
  2. De que formas eu estou contribuindo para uma carga de trabalho excessiva?
  3. E quais mudanças eu posso fazer para ajustar a carga de trabalho das pessoas?

 

Você também pode fazer um levantamento dos comportamentos que está tendo e que está provocando um ambiente tóxico. Seja flexível e receba feedback dos seus colaboradores sobre o seu estilo de gestão. Dê o primeiro passo e pare com a sua tendência de micro gerenciar – um dos hábitos mais ofensivos que foi destacado no trabalho de Pfeffer.

 

A hora para uma saúde de trabalho muito melhor chegou. É a hora de administrar a prevenção, não prescrições.

 

Artur: Eu sou engenheiro formado na UNICAMP com MBA em Marketing e trabalho atualmente como Gerente de Mercado em uma empresa química alemã chamada Klüber Lubrication, pertencente ao Grupo Freudenberg. Sou Master Coach pelo Behavioural Coaching Institute (BCI) e Practitioner em Programação Neurolinguística (PNL) pela Sociedade Brasileira de PNL (SBPNL).