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A Histeria do Coaching

A histeria do coaching

No artigo de hoje, eu vou falar sobre uma espécie de histeria que tomou conta toda a vez que alguém escuta a palavra “coaching”. Há uma histeria a favor e uma histeria contra e eu vou explicar o que está por trás dela pra você.

Eu sou Artur Cavalheiro, do iCarreira. Sou master coach certificado desde 2013, practitioner em programação neurolinguística e executivo de vendas e marketing em multinacionais por quase vinte anos.

Muito se tem falado sobre o coaching nos últimos tempos. Não que o coaching seja algo novo. Ele já tem algumas décadas de existências, mas parece que no brasil essa metodologia chegou ao conhecimento das massas só mais recentemente. E, com o conhecimento por parte do público geral, vem também muitas críticas (algumas delas, inclusive, eu preciso assinar embaixo). Acontece que existe uma quase que histeria com o coaching. Um monte de pessoas a favor. E um outro monte que é totalmente contrário ao coaching. Parece muito com a situação política nacional.

Dentre as pessoas que são a favor, existem aquelas que querem conhecer mais sobre a metodologia e o que ela pode fazer em suas vidas e carreiras. Existem aquelas que querem se conhecer mais e aumentar a performance. Existem pessoas que desejam fazer um curso de formação, passar a trabalhar como coaches em tempo integral ou tempo parcial. Existem ainda pessoas que querem simplesmente se transformar em líderes melhores e mais efetivos.

Ainda com relação às pessoas que são a favor, tem um grupo que eu gostaria de destacar e que representa aquelas que desejam ter uma nova profissão. O coaching é uma profissão ainda sem regulamentação no Brasil e isso, de alguma maneira, facilita a entrada de muitos indivíduos. Só que alguns desses indivíduos não querem pagar o que um curso de formação exige: de R$ 4000 a R$ 8000. Este é o custo de um curso inicial para formação em coaching no brasil. Esse é o preço de um curso decente de formação, pois há propostas por aí de menos de R$ 1000 para o sujeito virar coach. E não é somente com um curso de formação que você estará apto e não precisará nunca mais estudar. Existem cursos de aprofundamento, leitura e prática que são essenciais para uma pessoa se tornar um bom coach. E isso custa muito dinheiro. As pessoas pagam R$ 500, R$ 1000 mensais e, muitas vezes, bem mais do que isso todos os meses para aprenderem uma profissão na faculdade. E fazem isso por 4 ou 5 anos. Só que acham que vão virar coaches pagando R$ 500 ou sei lá o quê e isso é suficiente. Gente: isso é uma tremenda ilusão!

E não pensem que isso é raro ou que só poucas pessoas pensam assim. Não sei se você sabe, mas eu tenho um curso online chamado Coaching com PNL. Já de cara eu lhe digo: não é um curso de formação. É um curso livre, de autoconhecimento; um curso onde você vai aprender as ferramentas e técnicas não só do coaching, mas da pnl; vai ver e fazer o seu próprio disc, mbti, eneagrama.

Eu posso te dizer, sem nenhum exagero, que eu recebo todos os dias perguntas se o meu curso é de formação. Por favor, não me leve a mal. Não quero ser duro. Mas será que seria razoável um curso de formação, que lhe dará uma nova profissão, custar somente R$ 197? Veja que R$ 197 não paga nem a mensalidade de uma faculdade! Como pode ser o suficiente para formar um profissional? Não faz muito sentido, concorda? O que acontece é que as pessoas confundem a velocidade de abertura de uma página na internet com a velocidade com que elas constroem uma carreira. E isso não acontece só com a carreira.

Gosto de seguir pessoas de finanças e investimentos nas redes sociais e noto quantas perguntas elas recebem de sujeitos querendo ficar ricos da noite para o dia investindo na bolsa; investindo em ativos de alto risco; perguntas de qual é a empresa do momento; perguntas de onde investir x reais e se isso é o suficiente para viver de renda. Pessoal, a velocidade do mundo digital é avassaladora, mas há coisas que demoram para acontecer. Uma mãe ainda demora 9 meses para dar a luz um bebê. Uma faculdade, pra ficar em um exemplo que já dei, ainda demora anos para ser concluída. Só que as pessoas querem encurtar quase tudo; querem virar coaches com poucos cliques. E a coisa não funciona assim. Nós superestimamos aquilo que podemos fazer em poucos dias, e subestimamos o que podemos fazer em alguns anos.

Agora, vamos falar um pouco sobre as pessoas que são contra o coaching. Eu já disse mais cedo que tenho de concordar com alguns dos críticos. Aliás, você pode conferir mais sobre essa minha visão em outro artigo daqui do iCarreira (por que você não deveria fazer coaching?). E tem aquelas pessoas do contra que, sem embasamento maior sobre o coaching, passam a ataca-lo gratuitamente. São pessoas que não conhecem, não querem conhecer, e destilam a sua raiva contra o coaching. generalizam tudo de ruim que veem a respeito do coaching como sendo a verdade absoluta sobre o coaching. E, convenhamos, que isso não é muito racional. Como é que o cidadão vai criticar algo que ele não conhece (ou, pior: acha que conhece!). Não poderia estar mais longe da verdade. Mas essas pessoas do contra também ficam histéricas e não querem mudar a sua forma de pensar e ver as coisas. Elas são do contra porque viram um profissional ruim e, com isso generalizam para toda a profissão; são do contra porque alguém lhes falou que coaching não presta; elas acham que é coisa de fracassado e de gente que nunca deu em nada.

É engraçado que tem um monte de médico ruim por aí. E nem por isso a gente generaliza que a profissão não presta. Tem um monte de advogado ruim por aí. E nem por isso a gente generaliza que a advocacia não serve para nada. Tem um monte de engenheiro que derruba prédio, ponte e outras obras. E não é por isso que a profissão cai em descrédito. Então por que todo esse ódio contra o coaching? Eu sinceramente não consigo entender. Talvez seja em função de ser algo novo, apesar de não ser tão novo assim. Talvez porque as pessoas só querem mesmo despejar a raiva delas em outras coisas. Talvez porque as pessoas não querem conhecer, até porque isso dá trabalho. É muito mais fácil criticar sem base do que estudar para depois criticar. Vejo as pessoas fazendo muito mais críticas sem conhecimento do que indo estudar para depois fazer críticas.

Lembro de um cara que era físico e que me fez um monte de críticas maldosas em um anúncio meu no facebook. Disse também que coaching não é científico, que eu estava indo contra a ciência, que eu não dava valor à ciência, blá, blá, bá. Fora isso, ele ainda marcou alguns amigos para me criticarem também. Pessoal, não tem problema algum em receber críticas, desde que elas sejam fundamentadas e te tragam algum ensinamento. Mas ataques de ódio não podem ser chamados de ensinamentos. Não me restou outra alternativa a não ser bloqueá-lo. Aí ele veio com outro perfil tirar satisfações comigo por que eu bloqueei ele. Eu respondi que ele poderia muito bem ter me enviado as dúvidas e feedback dele no privado e me chamado para conversar ou debater. Não precisaria fazer do jeito como foi feito. eu estaria disposto a conversar com ele (como, de fato, eu fiz na sequência). Foi aí que ele me falou que era físico. E me perguntou se eu acreditava na ciência. Eu respondi que, sim, eu acreditava na ciência. Até porque a minha formação era em engenharia. E perguntei a ele o que ele achava de criticar o meu trabalho gratuitamente sem me conhecer ou sem conhecer o meu trabalho. E como ele, sendo um amante da ciência, como eu também sou, pôde fazer críticas a alguma coisa sem conhecer essa coisa? Como ele, treinado a investigar tudo, pôde desferir golpes maldosos contra algo que não conhecia? Gente, o coaching não é contra a ciência. Muito pelo contrário! Quanto ao nosso amigo físico, com todo o respeito, eu conversei bastante com ele. Ele queria saber mais sobre o coaching. Queria entender o que era o coaching. De novo, teria sido muito mais tranquilo se ele tivesse vindo me perguntar essas coisas antes de sair esbravejando pelos quatro cantos. Enviei o meu ebook sobre coaching para ele dar uma lida e me coloquei à disposição para ele me enviar dúvidas ou perguntas. Nem liguei que eu gastei 1 hora das minhas férias com ele. E fiquei impressionado em como o cara mudou o tom comigo. No final da conversa, parecia que éramos até amigos!

E disso fica o alerta para nós: não critiquemos aquilo que não conhecemos. Vamos gastar um tempo estudando e, assim, depois disso, podemos tecer os nossos comentários. Não vamos criticar acidamente outras pessoas sem conhecer um pouco mais a história de vida delas. Nós não estamos na pele delas e não sabemos o que elas estão passando ou passaram. Criticar asperamente ou acidamente não ajuda em nada. conversar a respeito, sim, isso ajuda. Mesmo que nós tenhamos opiniões divergentes, uma conversa educada e respeitosa ajuda muito mais. Assim, não deixe que a histeria do coaching ou mesmo outras histerias te contaminem. Conheça (antes de criar julgamentos). Estude e não se deixe influenciar pela opinião alheia que não esteja muito bem fundamentada. As fake news estão por aí e não sabemos ainda quando elas vão embora. Por isso, é preciso ter espírito crítico sempre, mas com embasamento. Caso contrário, você vai ser levado de um lado pro outro, ao sabor dos ventos. Um grande abraço e até o próximo artigo!

Artur: Eu sou engenheiro formado na UNICAMP com MBA em Marketing e trabalho atualmente como Gerente de Mercado em uma empresa química alemã chamada Klüber Lubrication, pertencente ao Grupo Freudenberg. Sou Master Coach pelo Behavioural Coaching Institute (BCI) e Practitioner em Programação Neurolinguística (PNL) pela Sociedade Brasileira de PNL (SBPNL).